quinta-feira, 27 de maio de 2010

Tentando renascer uma tradição

Como pode um time tão tradicional e de uma torcida tão apaixonada quanto a do Esporte Clube Bahia sumir de forma tão sutil e tênue da história do futebol? É uma pergunta fácil de responder. Por isso, vamos voltar um pouco no tempo e procurar entender.

Com exceção de 2000 e 2001, o tricolor baiano sofreu perdas irreparáveis em sua estrutura administrativa. Qualquer time mal gerido acaba virando lixo. E de quem é a culpa? De uma gestão amadora e imprestável, que levou um time de torcida tão bela à beira do abismo. O Bahia, aquele campeão brasileiro de 1988 (vencendo o grande time do Internacional), e maior campeão do seu Estado, tornou-se uma fortaleza de, desculpem o termo, cagadas, sofismas e incompetências. Levaram esta instituição até o terceiro nível de desprezo (série C) e chutaram esse clube tão glorioso.

Mas mesmo com tanta humilhação, o torcedor apaixonado do Bahia não desistiu e lotava a grandiosa Fonte Nova para empurrar o time rumo à série B em 2007. Mesmo com o feito, a administração era mal feita e o time vagou pelo segundo escalão do futebol sem ‘lenço e sem documento’. Parecia perdido em meio a uma guerra de interesses de gestão (que não é bom nem citar o nome dos ‘grandes’ autores). O Bahia viveu uma Divina Comédia, mantendo-se por muito tempo no Inferno dantesco. E mesmo com tudo isso, a torcida cantava, vibrava e apóiava.

Mas parece que em 2010 a situação mudará e o Bahia poderá mostrar-se grande novamente. Poderá ‘peitar’ os nobres com a mesma força de sua fidalguia. O tricolor encontra-se invicto na competição com 10 pontos e é líder ao lado de outro nordestino: o Náutico.

Eu só espero que as pessoas, torcedores de outros times, possam entender a importância de ter um time como o Bahia na elite do futebol. Afinal, sua torcida é apaixonante, fiel e merecedora de um Esporte Clube Bahia melhor.


Foi só um desabafo pelo apreço que tenho por esta instituição.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

São Dunga e seus 23 apóstolos

Demorei um pouco para me manifestar sobre a convocação do técnico da seleção brasileira que aconteceu na terça feira, dia 11, sobre os olhares de vários jornalistas e da população brasileira (mundial também).

Vou direto ao ponto: gostei da lista. Foi coerente e sem graça, assim como é a personalidade de Dunga. Mas é uma pessoa que é precisa, pé no chão e que sabe planejar, e isso é fato. Mas a sensibilidade de técnico é uma coisa o falta ainda. Insensível porque sua lista já estava pronta a uma semana antes da convocação. Para alguns isso pode parecer planejamento. E é. Mas às vezes é necessário ser um pouco ‘incoerente’ como disse o jornalista do SporTV, Lédio Carmona.

E faltou incoerência mesmo. O Brasil e o mundo pediram Neymar e Ganso, além de Ronaldinho Gaúcho. Não acho que deveria ter levado todos, mas pelo menos um dos três. Paulo Henrique Ganso seria o substituto imediato de Kaká, porque Júlio Baptista (com todo o respeito ao futebol que ele possui) não joga mais do que o meia do Santos atualmente. E outra, J. Baptista (que esquenta banco na Roma para Luca Toni e cia. ilimitada) não possui as mesmas características do camisa 8 do Real Madrid. Ganso possui.

Fora isso, há duas observações: Josué está longe de jogar mais do que Hernanes. O craque são paulino vive uma ótima fase, é um ótimo jogador e, além disso, é um curinga em campo – um termo usado para um jogador que atua em várias posições. Josué, com seu futebol mediano, viveu alguns prelúdios de boa fase. Esporádicos e nada mais.

O que resta a população brasileira é torcer para esses 23 apóstolos do técnico Dunga. Afinal, para ele o que mais importa é ser fiel e disciplinado, mesmo tendo muitos jogadores que são reservas em seus times. Nada contra, até porque cada técnico tem sua filosofia. Veremos se essa filosofia (ou melhor, doutrina/dogma) se sustenta. Esperamos que sim! Os 23, no geral, são bons nomes. É aquela coisa: o meio campo é horrível, mas é eficiente, assim como todo o time.

O Brasileirão 2010 promete!

Todos os torcedores no ano passado ficaram perplexos com a trajetória dos jogos no campeonato brasileiro. Um ano de muitas emoções na parte de cima e de baixo também(porque não?). Vimos o souvenir de aço chegar às mãos de pelo menos quatro times: Palmeiras, Internacional, São Paulo e Flamengo, que foi o oportunista depois de fazer o campeonato aos trancos e barranco até a rodada 20, pelo menos. No final venceu por sorte e competência de time grande.

Lá embaixo dois times protagonizaram arrancadas fantásticas. Botafogo passou a ser invicto e o Fluminense invencível. Os dois se recusaram a perder, parecer e sofrer. Mereceram a vitória pela luta e garra.

O campeonato de 2009 deixou os torcedores sem ar e sem ação. E no final dele uma ansiedade reinou à espera da edição 2010 do maior campeonato nacional. E tudo, ao que parece, levará a uma situação parecida e, quem sabe, até mais emocionante. Dos vinte concorrentes, colocarei em disputa direta pelo título pelo menos dez. Isso mesmo! Todo o eixo dos grandes paulistas, mais os gaúchos, mineiros e dois cariocas (a dupla Fla-Flu) possuem times com chances de títulos. Alguns precisam melhorar o elenco, outros precisam se entrosar, e por aí vai.

A questão é que os times estão bem representados, com jogadores de nível mundial, com elencos de qualidade e um equilíbrio notável. Alguns pequenos interioranos correm por fora, mas quem sabe um Ceará ou Atlético-GO surpreendam e tirem a vaga da libertadores de um time grande? Tudo é possível e nada é improvável. É um campeonato que não admite zebras. E não terá mesmo.

sábado, 1 de maio de 2010

Crítica ao campeonato inglês

Me aventurei a assistir uma partida completa pelo campeonato inglês entre Manchester City e Aston Villa, dois times ‘desconhecidos’ aos olhos do senso comum. O primeiro vem crescendo, enriquecendo e contratando jogadores não-ingleses, e bons ingleses. O segundo poderia ser a quinta força, isto se não estivesse há muitos anos sem ganhar um título em seu país. O resultado foi 3x1 para os donos do “City of Manchester Stadium”, mas isso é o que menos importa agora. Aliás, importa os marcadores do Manchester City na partida: o argentino Tevez, o togolês Adebayor e o galês Bellamy. Tem algum inglês nessa lista?

O que quero dizer é que times como Aston Villa, West Ham, Fulham caíram no esquecimento em seus campeonatos. Ainda fazem parte da Premier League, a primeira divisão inglesa, porém a grande maioria que assiste de fora conhece apenas quatro forças: Arsenal, Chelsea, Liverpool e Manchester United. Mas nada isso é ocasional, até porque, futebol bonito é com esses quatro.

E só é bonito porque, coincidentemente, esses times não são o retrato do futebol inglês: pragmático, que valoriza passes e lançamentos longos com velocidade. O Arsenal joga bonito com o cerebral Francésc Fabregas, espanhol, no meio campo. O Manchester tem o oportunismo do búlgaro Dimitar Berbatov, o Liverpool tem o espanhol Fernando Torres e o Chelsea, Michael Ballack, o capitão da seleção alemã. E olha que citei apenas um em cada time.

Esses mesmos quatro grandes também possuem bons ingleses em seus times. Os xerifões Ferdinand e John Terry de Manchester United e Chelsea, respectivamente, Rooney e Owen também do Manchester. Steven Gerrard do Liverpool e Theo Walcott do Arsenal terminam o número restrito de representantes ingleses que atual na Inglaterra.

Por isso digo que a única forma de times tradicionais lá da Inglaterra voltarem ao prestígio de antes é contratando estrangeiros para seus clubes. Infelizmente o inglês é pior que o brasileiro no que diz respeito ao que vem de fora. Bem, e não deixam de ter razão, afinal o futebol inglês pode até ser bom, mas não enche os olhos de quem curte um belo futebol. Porque a seleção Inglesa joga bem, mas seu campeonato é ruim? A resposta é lógica: lá estão os melhores.
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