quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Maracanã: diminuem o seu tamanho, mas não sua grandeza

O fechamento do Estádio Jornalista Mário Filho - o Maracanã - para as reformas que visam a Copa de 2014 é uma coisa certa e coerente por parte da Confederação Brasileira de Futebol - CBF. Nada de jogos enquanto se tem uma reforma. Até aí tudo bem. Mas o que, com certeza, traduz um 'antitradicionalismo' por parte da CBF e da Fifa - Federação Internacional de Futebol - é a redução das dimensões do gramado e do público daquele que já foi e não será mais o maior do mundo. Ou melhor, já não era desde a reforma anterior.

O Maracanã se consolidou desde a sua criação, em 1950, como um estádio de tamanho colossal para atender a grandes públicos e a jogos históricos. Cabia mais de 180 mil torcedores - e até 200 mil, como na final da Copa do Mundo de 1950, contra o Uruguai. Hoje comporta 80 mil e futuramente caberão 76 mil. Não que isso seja pouco, pois não o é. Mas que sofreu uma diminuição de mais de 100% do seu público em 60 anos de história.

Os argumentos para as reduções são os mesmos de sempre, mas nem por isso menos válidos: o melhor conforto. Da geral para as cadeiras, em 2014 o grande estádio terá todas as poltronas numeradas, com rampas para aumentar a facilidade de escoamento dos torcedores no fim das partidas. Segundo a FIFA, o tempo máximo é de 8 minutos. Hoje, isso se dá em média de 20 a 30mim.

Mas, como torcedor, a redução de quatro mil lugares não é algo tão revoltante. O principal é a diminuição do gramado, que era de 110m x 75m, para 105m x 68m. É pouco? Em números parece, mas em comparações não. O gramado do Mário Filho ficará semelhante ao da Vila Belmiro, alçapão santista. E agora? É pequeno ou não é?
No Maracanã, com as dimensões normais, muitos craques já brilharam e muitos e desconcertantes dribles entraram pra história. Uma história que vai sendo ofuscada a cada dia pelas modernidades e exigências desmedidas do futebol.

Nada contra a reforma. Reduzir de 180 mil para 76 mil corações apaixonados gritando por um time não deve diminuir o valor histórico do estádio. O Maracanã continuará sendo grande. Mesmo assim, tchau, Maracanã. E 'bem-vindos' gramados fenomenais, cadeiras confortáveis e público restrito.

2 comentários:

  1. Essas são mudanças drásticas. Mudanças não tão agradáveis para quem gosta de um futebol espetáculo, mas infelizmente são mudanças essesciais para o ajuste do estádio aos padrões da FIFA, organizadora da Copa do Mundo. Conforto requer espaço e vamos combinar que um estádio, mesmo grande como o Maracanã, não comporta 180 ou 200 mil pessoas muito fácil.
    No entanto, redução do espaço para torcedores não requer necessariamente redução das metragens do campo! Medida desnecessária se a tentativa era apenas melhorar a estrutura física. Mas mesmo com essas mudanças, o Maracanã nunca vai deixar de ser a lenda que é!! As mundanças empreendidas pela FIFA não vão conseguir apagar o estádio que existe no imaginário do torcedor.

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  2. Arquibancada por cadeiras. Em meio ao crescimento acelerado da classe C, fatia disputada a unha pelo mercado em seus mais diversos setores, seria esta mudança "confortamental" uma tentativa de elitizar o futebol, de ganhar mais dinheiro com ele na base do entra e senta quem $aguenta$, quem $ostenta$? Vale a reflexão...

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