terça-feira, 22 de setembro de 2009

Opinião acerca da profissão

Desde que a obrigatoriedade do diploma foi tirada, amigos sempre me perguntam o que penso a respeito. Fazem muitas inquirições e pedem minha opinião. Não posso dizer a ninguém que estudo Jornalismo pela UFS que consequentemente requerem meu ponto de vista. Fico sempre quieto ou falo pouco no que diz respeito a isso. Pedem-me para escrever neste blog a minha opinião. E como este espaço cibernético é apenas para opinar – até por que não posso concorrer com os grandes meios de comunicação no que diz respeito à notícia –, deixarei de lado esta vontade intrínseca e passarei para o papel, ou melhor, para o Word.

Eu defendo a obrigatoriedade do diploma. Parece nariz-de-cera, mas não é. Porém, nada melhor que começar assim, emitindo o argumento principal, até por que esse texto vai ser longo, e se o leitor internauta quer saber apenas isso, pode fechar esta página. Mas se quer saber o que penso de maneira argumentativa – principalmente os amigos que pedem – leia até o final. Se não tiver interesse, ignore estas cândidas palavras.

Cada um é livre para se tornar o profissional que deseja. Se alguém acha que pode ser (ou que já é) um grande jornalista sem precisar do diploma, que seja feita vossa vontade. Mas se preferem ser profissionais diplomados, também terá livre escolha. Eu defendo e argumento minha segunda citação. E a partir de agora, irei expor o que penso.

Vamos primeiro comparar a qualidade de ensino no Brasil com os demais países da Europa e da América do Norte – me limito apenas à EUA e Canadá. Nesses locais, não precisa necessariamente ser diplomado. Mas lá se pode fazer isso, pois todo cidadão em sua legítima vida honesta, possui ensino de qualidade. O jornalista precisa saber escrever, e isso é fato. Nos países que citei, a conseqüente boa educação os permite escrever bem. E mesmo assim, a grande maioria dos jornalistas é diplomado, mas não são obrigados a ter esse bacharelado. Evidente consciência.

O Brasil tenta imitar esse modo transcendental de se criar profissionais, principalmente jornalistas. Não conseguem, pois o ensino daqui não vale 1% de lá. Mas o leitor pode rebater dizendo que aqui nós temos grandes jornalistas que não são diplomados, apesar da qualidade de ensino precária. Eu vos digo que toda regra tem uma exceção, ou exceções e encorpo a opinião do internauta afirmando que existem muitos jornalistas formados que são medíocres e que escrevem porcarias, no sentido literal da palavra.

Conheço jornalistas não-formados que dão um show a parte na escrita e na técnica jornalística. São competentíssimos. Conheço outros que são formados em outras especialidades, mas que escolheram o jornalismo e que dispensam comentários.

Acredito que a vivência prática no exercício da profissão pode se igualar a vida na universidade, ou até sobressair. Estudantes como eu, que vivem no romantismo da academia, ainda não sabem o que é ser jornalista. Nós ainda não temos a prática, que é a melhor coisa da profissão. Estamos adquirindo a noção técnica, mas o convívio próximo, particular a cada estudante, só será visto quando entrarmos em uma redação.

Mesmo sabendo que o convívio empírico é a parte principal do ‘ser jornalista’, acredito que ter o diploma e passar por uma universidade de Comunicação Social (Jornalismo) completa o profissional. A vivência social que a universidade possibilita é, desculpe o termo rústico, impagável.

Outro ponto, para encerrar, é o simples fato de que por mais que o diploma não se torne necessário, empresas ainda continuarão contratando profissionais que tenham preferencialmente, um diploma. Mas esse mesmo diplomado pode perder sua vaga para alguém que não é bacharel ou cursou outra coisa na universidade. Perdeu por que foi menos competente que aquele não formado em sua essência. E será justo. Seja jornalista formado, mas sobressaia perante aqueles não formados, senão, para que o diploma?

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