domingo, 21 de março de 2010

Futebol bem jogado, roubado, disputado e rezado

O clássico deste final de semana entra Flamengo e Botafogo foi um grande jogo. Mas no campo, pois lá na arquibancada não houve festa. Menos de 10mil pagantes no Engenhão em uma partida repleta de histórias para contar e criar. O mais legal foi em ter visto, aliás, ouvido o clássico pelo rádio. Maravilhosamente nostálgico.

Dois personagens, dois times, dois gols de cada lado. Herrera e Adriano fizeram a diferença. Diferença... um termo tão paradoxal para um placar tão igual de 2x2. E ainda houve roubalheira favorável à Estrela Solitária. Caio sofreu ‘pênalti’ fora da área aos 18min. Herrera marcou e fez 1x0 Botafogo. Bruno quase pegou. Apesar do lance irregular, o alvinegro jogava e criava melhor, mesmo sendo um jogo truncado e com poucas oportunidades.

O técnico Andrade fechava o meio campo com três volantes. Willians, Kléberson e Toró não acompanhavam a velocidade de Herrera e Caio, que trocavam de flancos e buscavam o jogo atrás. Os laterais botafoguenses eram lentos e voltavam com ineficiência para marcar. Foi nesse erro, pelo lado direito, que o Flamengo empatou logo depois, aos 21min. Adriano foi oportunista e raçudo depois da intercepção falhada do goleiro Jefferson, depois do cruzamento de Willians. É o empate rubro negro.

O jogo era corrido demais, porém sem muita técnica. Os jogadores atuavam na base da vontade. Aos 38min Lúcio Flávio cobrou com categoria uma falta. A bola acertou o canto da trave direita do goleiro Bruno. Um susto no atual campeão brasileiro. O Botafogo era melhor.

No segundo tempo o time alvinegro concretizou sua maior eficiência no jogo com Herrera, logo aos 9min. Somália cruzou e o argentino apareceu, oportunista, na área para mandar aos fundos patrimoniais do Flamengo.

Futebol é assim: o time sofre o gol e parte pra cima em busca de um empate e, quem sabe, uma vitória. E assim foi para o Fla, que acordou depois do gol de Herrera. Aos 12min, Vagner Love quase empatou com um belo voleio. A trave salvou Jefferson, e todo o time do Botafogo, que começava a ser levado às cordas pelo Flamengo. O rubro negro acreditava até o fim e pediu ajuda aos Deuses do futebol.

Mas até na religião esportiva, Deus só ajuda a quem trabalha. E o Fla trabalhava pesado. Aos 23 Vagner Love teve nova chance, mas parou nas mãos do goleiro Jefferson. Dez minutos depois, o mesmo arqueiro espalmou um belo chute de Fabrício. Sorte dele que Adriano não chegou ao rebote.

Adriano, aliás, era o mais devoto de todos. Herrera parecia um agnóstico, mas o imperador era cristão ferrenho. Não perdeu a fé de jeito nenhum. E foi recompensado.

Exatamente aos 50 minutos do segundo tempo, depois de cobrança de falta alçada na área, o Imperador subiu mais do que todos e marcou de cabeça o gol. Os Deuses do futebol o ajudaram.

E no final do jogo, Everton Silva, lateral esquerdo do Flamengo veio reclamar: “Nós fomos prejudicados. Deus viu que não foi pênalti. A falta foi fora da área”. O lateral deve ter esquecido que Deus não apita jogo, apenas muda o resultado dele.

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